2005-09-05

Os Adoráveis Homens das Neves


Para quem está há dois ou três anos à espera de novidades, esta é a altura certa para começar poupar uns trocos: "Takk", o quarto álbum de originais dos islandeses Sigur Rós, chega aos escaparates já no dia12. Um trabalho mais próximo do excepcional "Ágaetis Byrjum", diz a crítica – o que pode ser decepcionante para os fãs mais progressitas e à espera de surpresas, ou ouro sobre azul para quem já tinha saudades de os ouvir no seu lado mais solar e emotivo.
"Takk" ( que quer dizer "obrigado" na língua semi-élfica dos islandeses) é agora editado pela gigante Emi, que abriu os olhos para os cifrões, depois de "Agaetys" e "()" terem vendido, cada um, mais de meio milhão de cópias. O disco-palavra-metáfora para tudo o que os Sigur dizem sentir neste momento: gratidão, dizem à revista islandesa Sirkus. Pudera!...
O Observer dá-lhes pontuação máxima (5 estrelas) e descreve o álbum da maneira mais bizarra: "São os Mogway sem o heavy metal, os Goodspeed You Black Emperor sem política, os Cockteau Twins a tentarem soar a Radiohead sem o conseguirem muito bem, Pink Floyd em versão castrati, a cantarem 'Walking in the Air' por Aled Jones num concerto de beneficiência para com uma rena que perdeu uma perna num trágico acidente de trenó."

Os famosos também já se renderam há muito tempo – pelos vistos é chique gostar de bandas islandesas nos EUA: Gillian Anderson (Dana Sculy de Ficheiros Secretos), disse-lhes pessoalmente que praticava ioga ao som da música deles; a filha de Chris Martin e Gwyneth Paltrow, Apple, nasceu ao som dos Sigur (óptimo karma para a miúda, digo eu; os jornalistas do Guardian estão mesmo bem informados) e até o irrascível Tommy Lee, baterista dos Motley Crew, diz que ouve Sigur Rós estendido no chão, em posição fetal (nos intervalos das gravações das sessões de amor oral com Pamela, aposto...).

Quanto a mim, ouvi dois avanços do álbum, o eufórico "Glósóli" e o inocente "Hippipolla", e fiquei em estado semi-catatonico de felicidadezinha. Agora, é fazer a contagem decrescente até dia 20 de Novembro, no Coliseu de Lisboa e esperar pelo orgasmo múltiplo e místico: ouvir estes quatro tipos, que parecem um coro de anjos que comeu uns cogumelos estranhos, a cantar numa igreja sem tecto, no meio da neve, com uma aurora boreal por cima.

3 Comments:

Blogger smallworld said...

Ehehe! Ca vim, espreitar pelo buraquinho onde o bichinho vai escavando talentosamente o seu tunel de palavras! A mim ja me entraste no ouvido, e ja faz muito tempo! Um beijo

2:13 da tarde  
Blogger Der Überlebende said...

sinsnhora, encontraste o teu nicho, vejo que estás como peixe na água...errrr... como geometrídeo em pomóidea (logo percebes que tenho razão)

adorei esta nota de atenção! Takk!

até ao outro lado da blogosfera

d.u.

8:05 da tarde  
Blogger Bicho d'Ouvido said...

D.U.:
geometrídeo em pomóidea tem qualquer coisa a ver com gimnospérmicas, I'm I right?
(you know what I mean...)

1:59 da manhã  

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