Tolans, Cisnes e Príncipes Estrábicos
A minha amiga Fonseca, camarada de quartel, já cá tem fora o nono livro. Chama-se "Clube das Encalhadas", tem a chancela da Caminho e já está nos escaparates há, pelo menos, umas duas semanas. Eu, por portas e travessas de contrabando, já tenho o "material" há mais tempo. Já lhe dei todas as vistas de olhos bem dadas, que não sou como o Prof. Marcelo nas suas supersónicas rubricas de livros ("Vi, gostei. Vi, Interessante abordagem. Li, genial. Li, uma merda. Seen it, donne it, got the t-shirt..."), já fiz figura de otária a rir-me alto nos transportes públicos, com gente a desviar-se de mim com medo de apanhar esquizofrenia; já entrei pelas conversas das personagens dentro a ter estranhas sensações de dejá vú. Apesar de ser altamente suspeita para dizer isto, tenho que partilhar convosco: é do melhor!
Ela chamava-lhe "o meu romance pimba!" (o livro começa ironicamente com um conversa que anda entre o surreal e o metalinguístico, com uma das personagens a sugerir isso a outra) e eu, confesso, tal como a mãe Fonseca, cheguei a temer pela honra literária dela.
Mas não.
O enredo:
O Clube é composto por três (pronto, quatro se contarmos com a Nance) primas prontas a fazer um abaixo assinado a Deus e a Hans Christian Andersen por lhes terem feito crer que existiam almas gémeas e princípes encantados. Barbie, Ana Sofia e Vanessa encontram-se à segunda-feira em casa do Conde Joca, solteirão experiente e inveterado, ele sim, senão um verdadeiro Conde, um autêntico príncipe dinamarquês (mas disto elas não sabem), que lhes dá uma visão das trincheiras inimigas, as rega de Coca-Cola e bolonhesa e lhes faz festinhas na alma. É há histórias de família, com meninas pálidas e defuntas a partir copos de cristal em bares de hotel e a assombrar Termas. E um baile fatal com Jaquinzinhos, Encalhadas e o Lago dos Cisnes em versão Alan Poe. E três cães com nome de tragédia grega. E crocodilólogos. E uma banda que podia ser a minha ex-banda, que não é uma banda, é um pesadelo sonoro e estético. E gente apaixonada. E gente desapaixonada, que pega na mochila e segue em frente ou emigra para os Açores para ter filhas pétreas e ouvir o chão tremer.
É um livro hilariante, muito bem escrito, uma tragicomédia com apontamentos de cinismo feminista, a piscar o olho inteligente ao estrabismo da Literatura Light. Fez-me rir muito. Mas, às vezes, também dava por mim lá, aninhada a um canto da sala com a lareira falsa, a comer bolonhesa e a bebericar cola, tão deprimida como elas.
O lançamento é amanhã, no Bairro Alto, no Tertúlia Jazz Bar, às 18.00h. O Mário Zambujal, que sabe de bons malandros e de corações piegas, vai lá estar a apresentar a coisa. Apareçam e/ou leiam.
Ela chamava-lhe "o meu romance pimba!" (o livro começa ironicamente com um conversa que anda entre o surreal e o metalinguístico, com uma das personagens a sugerir isso a outra) e eu, confesso, tal como a mãe Fonseca, cheguei a temer pela honra literária dela.
Mas não.
O enredo:
O Clube é composto por três (pronto, quatro se contarmos com a Nance) primas prontas a fazer um abaixo assinado a Deus e a Hans Christian Andersen por lhes terem feito crer que existiam almas gémeas e princípes encantados. Barbie, Ana Sofia e Vanessa encontram-se à segunda-feira em casa do Conde Joca, solteirão experiente e inveterado, ele sim, senão um verdadeiro Conde, um autêntico príncipe dinamarquês (mas disto elas não sabem), que lhes dá uma visão das trincheiras inimigas, as rega de Coca-Cola e bolonhesa e lhes faz festinhas na alma. É há histórias de família, com meninas pálidas e defuntas a partir copos de cristal em bares de hotel e a assombrar Termas. E um baile fatal com Jaquinzinhos, Encalhadas e o Lago dos Cisnes em versão Alan Poe. E três cães com nome de tragédia grega. E crocodilólogos. E uma banda que podia ser a minha ex-banda, que não é uma banda, é um pesadelo sonoro e estético. E gente apaixonada. E gente desapaixonada, que pega na mochila e segue em frente ou emigra para os Açores para ter filhas pétreas e ouvir o chão tremer.
É um livro hilariante, muito bem escrito, uma tragicomédia com apontamentos de cinismo feminista, a piscar o olho inteligente ao estrabismo da Literatura Light. Fez-me rir muito. Mas, às vezes, também dava por mim lá, aninhada a um canto da sala com a lareira falsa, a comer bolonhesa e a bebericar cola, tão deprimida como elas.
O lançamento é amanhã, no Bairro Alto, no Tertúlia Jazz Bar, às 18.00h. O Mário Zambujal, que sabe de bons malandros e de corações piegas, vai lá estar a apresentar a coisa. Apareçam e/ou leiam.
4 Comments:
Feliz Dia da Mulher (acho mal não teres um post especial)
Tou pronto
please kill me!
Der Uber
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
To dream, per chance to sleep...
Kimossão! Mas vou ter de ler muita coisa antes, pá! Não tornaste isto fácil e vai demorar uns dias. Tenho o meu brio, sou uma homicida com sentido de dever.
Terei tempo para o crime perfeito?
Enviar um comentário
<< Home