Crónica de uma Morte Anunciada
Já tem tradução para português (e que que tradução!), pela Dom Quixote, o novo romance de Salman Rushdie. Houve quem dissesse que, se misturassemos García Marquez com Shakespeare tínhamos "Shalimar, o Palhaço". Concordo. Só não gosto do título.
O enredo: não promete nada. Mas aqui o enredo não é importante.
Um antigo embaixador americano na Índia é assassinado à porta da casa da filha pelo motorista de origem muçulmana, Nomam Sher Nomam, a.k.a. Shalimar o Palhaço, aparentemente por motivos políticos.
Shalimar vem de uma aldeola em Caxemira, Pachigam, habitada por bandos de palhaços pantomineiros e cozinheiros alquimistas, uma Caxemira onde muçulmanos e hindús se dão como irmãos e aprenderam a viver as diferenças. Nesta aldeia de mulheres profetas, onde os mortos falam com os vivos, um rapaz muçulmano apaixona-se e casa com uma rapariga hindú... até ela dançar para um embaixador americano.
Pachigam está para Rushdie como Macondo está para os "Cem anos de Solidão".
É claro que o bom velho Salman não dá ponto sem nó – lembram-se de Versículos Satânicos? – e esta fábula mágico-realista acaba por ir dar, inevitavelmente, ao conflito entre a Índia e o Paquistão pela posse dos territórios de Caxemira. Mas não se preocupem, que nunca lhe foge a veia para a política... (ou será que sim?...)
Não sei como é que este gajo ainda não têm um Nobel por cima da lareira.
2 Comments:
terminas muito bemmmmm, ehehehehehe
Muito bom! Do melhor que o homem já escreveu. E faço minha a sua frase final...
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