2005-12-08

Dormir com os Leões

Parque de Etosha, manhã de 29, leoa prepara-se para ter gazela ao pequeno-almoço

Segunda noite: Ongawa Camp.
Um conceito muito interessante de turismo, apenas para os mais corajosos. Os gerentes são Cameron e Wendy, um casal sul-africano de origem inglesa que assentou arraiais no meio do mato com as duas filhas menores. A mais nova, Colette, só tem 10 anos. Diz que gosta de ali viver: "I get to keep 40 cats... lion cats!", diz com um sorriso.
No acampamento ninguém tem ordem para andar sózinho depois do pôr-do-sol. Só podemos ir para os bungalows acompanhados de guardas armados. Razão: estamos no meio de uma reserva de vida selvagem, com leões, leopardos, hienas, antílopes, e alguns rinocerontes ocasionalmente, a passearem-se por lá depois do escurecer. 100 ou 200 metros mais à frente do edifício principal há um charco onde os animais vêm beber ao fim da tarde. Não há razão para medos, se cumprirem as regras de segurança: os predadores não entram dos bungallows porque... têm medo das formas das tendas, pasme-se! Pelo sim, pelo não há uma sirene dentro do quarto, a usar apenas em caso de vida ou morte.
Nessa noite não ouvimos nenhum rosnar felino mas, não fosse o diabo tecê-las, as três meninas acagaçadas dormiram juntas. Dormir é uma força de expressão: quem consegue pregar olho com a possibilidade de ter um bando de leões esfomeados à porta?

No dia seguinte, despertar às cinco e meia (porque quem não penduka não manduca, minha gente!) para ir até ao Parque Etosha. É a maior reserva natural da Namíbia, com uma área total correspondente a mais de 1/4 da superfície de Portugal (22.270km2) e um lago salgado (o Etosha Pan), imenso, a ocupar 25% da área do parque, num total de 5mil km2, seco durante grande parte do ano.
Esta planície semi-desértica tem uma biodiverdidade incrível e é casa de várias espécies em risco de extinção, como é o caso do rinoceronte negro. O local ideal para avistar, sem grande esforço, quatro dos "Cinco Grandes" (os Big Five, como lhes chamam na Namíbia): leões, leopardos, rinocerontes e elefantes.
Aqui ficam meia duzia de amostras da nossa manhã.

Zebras e gazelas matam a sede

Quando este matulão chegou ao charco a voz da hierarquia fez-se ouvir e todos se afastaram

Orix e gazelas












Gnu; gosto mais do nome em inglês: wildebeast. Condiz...

Ao melhor estilo "As gajas que adiantem os morfes. Está-se aqui tão bem ao solinho!..."


Este camaleão está a precisar de levar a camuflagem às revisão. Problemas de identidade?

2 Comments:

Blogger Dora Rebelo said...

Ah...como é bom viajar...Vê-se logo que abre horizontes. Mexe com a capacidade de expressão. Bem vinda, bicho! Bjinhos

4:01 da tarde  
Blogger Rui Gamito said...

É inacreditável o que viveste...
Que sorte, que inveja!

Chego até a pensar que passaste uma semana no Parque da Badoca e recortaste umas fotos da National Geographic só para enganar o pessoal...

És realmente uma pessoa de uma calibrada e refinada sorte...

5:35 da tarde  

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