2005-12-07

Na aldeia Lizauli


Não, não estamos no Carnaval de Torres. Após o safari matinal, visitámos uma aldeia local da tribo dos lizaulis. Bem, na verdade aquilo era mais o showroom aberto à curiosidade e aos dólares dos turistas. O senhor aos pulos é o n'ganga, o feiticeiro. Estavamos, portanto, na bicha para o atendimento no centro de saúde local, já com os cartõezinhos da Caixa na mão. Funciona melhor que o Serviço Nacional de Saúde e ainda tivemos direito a música. O n'ganga, ofereceu-se para nos descobrir todos os males do corpo e alma (a Inês, lá ao fundo, foi a escolhida para a inspecção).
As meninas Lizaulis ficaram malucas com o nosso Lima e o guia da aldeia (Elvis, de sua graça...) disse-nos: "That woman want's to buy him." Ainda tentámos vendê-lo por duas vacas mas a transação não se deu por medo do excesso de peso na bagagem, no regresso à Europa. Mulherada atarantada com os talentos (fotográficos?) do Lima. Mais tarde, o nosso rapaz diria "a frase do dia", em bom inglês para o Mark ouvir e para a galhofa geral: "The girls only like me because of my Canon..." Não faz a coisa por menos... Duas prespectivas da vida na aldeia; palhota e utensílios de cozinha.

"Maliba", chamam eles a este xilofone genial amplificado com cabaças, que eu quase quis trazer para Portugal.

Um rapaz mostra-nos como se tocam canções de amor Lizauli num berimbau de boca. Faz parte do ritual de corte dizer a uma rapariga o que quer que vá no coração do homem através destas músicas de amor cifradas, explicou Elvis. Quando querem casar, os rapazes Lizaulis manifestam a sua intenção ao avô e aos pais, que tratam de lhe escolher a mulher mais adequada. Elas não têm muito a dizer no processo. "Podem recusar um casamento?", perguntei ao Elvis. "Sim, mas depois têm que fugir para bem longe."