2006-04-11

As Meninas Boas Vão Para o Céu, as Más para os Confins da Galáxia

Miscelânea d' "A Viagem da Virgem", desencantada na Vida de Pepe.

A meninada do Atelier Quatro Corvos, que neste momento já são uns cinco ou seis – PepedelRey, JCoelho, Rui Gamito, Rui Lacas e Sérgio Duque – acabou de parir um filho conjunto. E é menina(!): o álbum de banda desenhada 'A Viagem da Virgem - Virgin's Trip'. Um delírio sci-fi estrelando uma Femme Fatale biónica, uma Cinderela Cósmica de sangue na guelra, perdida em bares de solteiros alienigenas, apresentada à sociedade no Baile de Debutantes do 2º Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja. Uma história que o Pepito tinha na gaveta há dois anos e que desenterrou, desafiando outros três autores a desenhar cada qual o seu capítulo. Não sabiam muito bem onde o comboio ia parar, mas seguiram em warp speed e o resultado está cá fora e bem à vista: um soneto a dez mãos, mais homogéneo do que seria de esperar para um cozinhado com tanto Chef, conseguido, em parte, por ter sido apenas um o responsável pela cor, o meu xará JCoelho.
O Sérgio, que também é o "pai" da capa das Redefinições dos Da Weasel e do genérico dos Morangos Com Açúcar (perdoai-lhe Senhor!... ), congeminou o design e o digital art da coisa; o Nuno Duarte agarrou (e bem) no argumento pelas ceroulas; o Pedro Moura traduziu-o para o inglês, já que os autores querem que a coisa passe fronteiras e viole o espaço aéreo comunitário.
O álbum tem ainda a vantagem de vir acompanhado de banda sonora, para ler ao som das criações do Rui Cunha, e onde a yours truly empresta a vozita a dois temas. E até vai existir um clip de animação, promete o Pepe.
A Virgem tem a chancela das Edições El Pep, que é como quem diz, o alto patrocínio da conta bancária de Pepedelrey.
Longa e pouco honrada vida à "Virgem", que as meninas boas vão para o céu, as más para todo o lado.

2006-04-10

Que é feito de si...

Almoçava calmamente em Paço de Arcos quando, num virar frutuito de cabeça, me deparo com a encarnação da decadência: o Badaró de bengala. Não há dúvidas. Ele mesmo, esse ícone do húmor português (com sotaque) dos anos 80.
Sem Badarettes, sem chinesices, sem a Barata da Vizinha.
Não sei se mais ou menos decadente que antes, sem bengala, com Badarettes e Barata e Vizinha e Chinesices.
Ainda assim, a imagem do palhaço triste, com artroses e consulta marcada no médico da caixa.